Avaliação da
Qualidade das Águas Superficiais no Litoral
Médio / RS DESCRIÇÃO
DA ÁREA
O Programa Gerenciamento Costeiro do Rio Grande
do Sul dividiu, para fins de planejamento,
o litoral do Estado em três regiões: norte,
médio e sul.
O Litoral Médio pode ser dividido, tendo como
referência a Laguna dos Patos, em Litoral
Médio Leste e Oeste. A área do Litoral Médio
Leste se estende desde o município de Palmares
do Sul até São José do Norte e, o lado oeste
abrange as áreas dos municípios de Barra do
Ribeiro até Pedro Osório. A largura deste
faixa litorânea foi delimitada em função das
características hidrogeológicas da região.
A área monitorada compreende, principalmente,
recursos hídricos lênticos pertencentes aos
Sistemas Lacustres de Lagoas Isoladas e da
Lagoa do Peixe (SCHWARZBOLD, 1982), no lado
leste. No lado oeste, os recursos hídricos
são, basicamente, de ambientes lóticos que
drenam para a Laguna.
Os usos dos recursos hídricos desta região
são bastante diversificados, destacando-se
os usos para irrigação, balneabilidade, abastecimento
público e, principalmente nas proximidades
das áreas urbanas, para diluição de esgotos
domésticos e industriais.
Segundo Schäfer (1985), " as características
ecológicas dos lagos costeiros resultam da
ligação direta ou indireta com o mar; mesmo
não havendo uma ligação direta, pode se observar
uma introdução permanente de sal através da
brisa marinha e das precipitações.
Foram monitorados 29 pontos, distribuídos
em 06 lagoas (Rincão das Éguas, Porteira,
Barros Bacupari, Figueira, Reserva e São Simão),
01 laguna (Peixe), 01 canal (São Gonçalo)
e 07 rios/arroios (Arroios Pelotas, Turuçu,
São Lourenço e Arambaré; Rios Piratini, Camaquã
e Capivari ). QUALIDADE DE ÁGUA

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As concentrações de oxigênio em
geral estão situadas na Classe
1 (acima de 6,0 mg/L). No entanto,
a foz do arroio São Lourenço apresentou
concentrações inferiores a 2,0
mg/L (fora da Classe 4), com possibilidade
de ocorrência de mortantades de
peixes.
Outros locais, como o arroio Pelotas,
Capivari e Arambaré apresentaram
concentrações de Classes 2 e 3.
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O arroio Capivari e a Lagoa Figueira
apresentaram algumas concentrações
de matéria orgânica nas Classes
3 e 4, enquanto a Lagoa Porteira,
o rio Camaquã, canal São Gonçalo
e a Lagoa do Peixe apresentaram
algumas concentrações nas Classes
2 e 3.
Foram realizadas poucas análises
na lagoa São Simão, e portanto
os dados não são representativos.
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Os locais monitorados que apresentaram
as maiores contaminações são:
foz do arroio São Lourenço do
Sul, canal São Gonçalo à jusante
da eclusa, foz do arroio Pelotas,
arroio Turuçu, arroio Capivari
e rio Piratini. Estes locais apresentam
concentrações de coliformes nas
classe 3 e 4. Todos estes locais
estão próximos de áreas ou núcleos
urbanos. |
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Apenas a lagoa do Peixe apresentou
salinização significativa.
Esta salinização é natural, pois
anualmente a água do mar inunda
as margens até atingir a lagoa.
É um fenômeno bem conhecido na
região. |
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LEGENDAS
LABBAC-N : Lagoa dos Barros- Bacupari,
norte
LBBAC-S : Lagoa dos Barros-Bacupari, sul
LPORT-S : Lagoa Porteira, sul
LPORT : Lagoa Porteira, centro
LPORT-NE : Lagoa Porteira, nordeste
CAP-0115 : Arroio Capivari, ponte
FIG-SU : Lagoa Figueira, sudeste
FIG-NE : Lagoa Figueira, nordeste
FIG : Lagoa Figueira, centro
APE-001 : Arroio Pelotas, foz
ATU-028 : Arroio Turuçu, BR-116
ASL-001 : Arroio São Lourenço,
foz
AAR-001 : Arroio Arambaré, foz
LSS-L : Lagoa São Simão, leste
LSS-O : Lagoa São Simão, oeste
CSG-004 : Canal São Gonçalo,
jusante eclusa
CSG--18 : Canal São Gonçalo,
eclusa
REG-N : Lagoa Rincão das Éguas,
norte
REG-NE : Lagoa Rincão das Éguas
REG : Lagoa Rincão das Éguas,centro
PI-048 : Rio Piratini, BR-116
CAM-077 : Rio Camaquã, BR-116
CAM-025 : Rio Camaquã, balsa Pacheca
LPEIXE-N : Lagoa do Peixe, norte
LPEIXE : Lagoa do Peixe, praia, vila
LPEIXE-S : Lagoa do Peixe, ilha
LRS : Lagoa da Reserva
CONCLUSÃO
Entre os 27 locais de amostragem,
os mais comprometidos são : foz do
arroio São Lourenço, foz do
arroio Pelotas e canal de São Gonçalo
(jusante eclusa).
Os parâmetros que comprometem a qualidade
nestes locais são a DBO (matéria
orgânica) e os coliformes fecais.
O oxigênio dissolvido apresentou concentrações
críticas (inferiores à 2,0
mg/L) apenas na foz do arroio São
Lourenço, podendo acarretar mortandade
de peixes.
As contaminações constatadas
no arroio São Lourenço e canal
de São Gonçalo são
oriundos dos esgotos cloacais de São
Lourenço do Sul e de Pelotas respectivamente.
A contaminação do arroio
Capivari provavelmente tem origem nos núcleos
urbanos próximos mas também
na deterioração da vegetação
nos banhados próximos elevando as
concentrações de DBO (matéria
orgânica).
A contaminação lagoa do Peixe
também pode ter causa similar.
Os dados da lagoa São Simão
são poucos, e portanto não
são significativos.
Nota: Poster apresentado no Congresso
da AIDIS, em Porto Alegre, dez. 2001
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